sábado, 24 de agosto de 2013

"Cristo nos envia, sejam missionários"

 Por alguns dias, os olhares de todo o mundo estiveram voltados para a juventude reunida na cidade do Rio de Janeiro. Flashes incontáveis na praia de Copacabana, lentes postas em busca da melhor imagem do encontro do Papa Francisco com os jovens, tudo como parte de uma cena que ficaria marcada na história, sobretudo do Brasil e dos milhões de jovens que ali estavam. Tudo, de alguma maneira, ficou eternizado. Mas o modo mais eficaz de se manter viva a lembrança do que foi a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, é na própria vida, o testemunho que oferecemos ao mundo como fruto das sementes lançadas neste grande encontro de fé.
Costumo recordar de um episódio narrado no evangelho de João. Jesus, que já havia ressuscitado, aparece aos discípulos durante uma pesca, no Lago de Tiberíades, e come com eles. Em seguida, inicia um diálogo com Pedro, perguntando: “Pedro, Tu me amas?”. Certamente nos recordamos da sua resposta: “Sim, Senhor sabes que te amo.” Mas o diálogo não termina assim, com uma profissão de amor, Jesus vai além: “Apascenta minhas ovelhas.” E depois, ainda acrescenta: “Segue-me!” (Jo 21, 15-19). Trago essas palavras para lembrar que quando somos discípulos de Jesus e assumimos nosso amor por ele, devemos também nos lembrar de que um amor não se pode ser revestido apenas de palavras. É só olharmos para os nossos jovens apaixonados de hoje, são muito criativos quando o assunto é expressar seus sentimentos: mandam flores, escrevem cartas, dão presentes, saem para se divertir, etc. De alguma maneira, fazem com que outra pessoa se sinta importante em sua vida.
A essa altura já deve estar se perguntando: “Como demonstro o amor que sinto pelas pessoas?”.
A proposta do evangelho e uma das necessidades dos dias de hoje é de que uma vez assumido o desafio da missão de caminhar com Cristo, devemos torná-lo vivo através de nossas ações e do nosso modo de vida, ou seja, fazer como Ele fez: mostrou em gestos o que é o amor. Vale lembrar que nada como um jovem para evangelizar outros jovens, como nos dizia Papa Francisco no Rio de Janeiro. Tecer em nossa própria vida a missão de discípulos e missionários, levar Cristo como proposta de vida, como um amigo fiel que não nos abandona nunca.
Podemos cantar inúmeras vezes: “Cristo nos envia, sejam missionários”, no entanto, se isso não se concretizar em nossa realidade, será apenas uma canção, e não um chamado, como certamente foi a ideia inicial de seu compositor. Neste sentido, a timidez e o medo devem dar lugar à coragem e disposição para que sejamos instrumentos concretos da ação de Deus nas nossas comunidades.

Acredito que como eu, você tenha ouvido ou até dito a afirmação: “Tenho que primeiro aprender e depois tentar ensinar”, mas diria que o caminho se constrói a medida que nós caminhamos. Jesus nos pega pela mão e nos ajuda a caminhar, durante este percurso a missão acontece. Neste caminho, a formação é parte fundamental, pois o ato de ouvir é essencial para quem pretende falar. Se estou disposto a expressar a grande beleza que é estar com Jesus, Ele mesmo será minha fonte, onde buscarei a fortaleza, sabedoria, a Luz, como caminhar com um candeeiro à frente para iluminar o caminho. Se por algum momento eu achar que posso caminhar sem essa luz, me deixando guiar pelas minhas próprias forças, os riscos do caminho a ser trilhado, me farão desanimar. Portanto, o primeiro passo é estar próximo à Luz, pela oração, pela caridade, pelo serviço, assim como os ramos sustentados pela videira. 
Sejamos firmes na missão que assumimos ao ouvir o apelo de Cristo através da necessidade da Igreja!
Que a Luz do Espírito Santo nos ajude a discernir e a estarmos disponíveis ao chamado de Deus em nossa vida.

Cleiton Silveira
Seminário Maria Mãe da Igreja   II Ano- Filosofia
Diocese de Toledo

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