Dom Orani João Tempesta Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro - RJ |
Compartilho com todos
os jovens do Brasil e com o povo de Deus que caminha nesta Arquidiocese de São
Sebastião do Rio de Janeiro que, na última sexta-feira, dia 24 de maio, fui
recebido no Palácio Apostólico pelo Santo Padre Francisco. Tive a alegria de presentear
o Papa Francisco com um kit do peregrino; apresentei-lhe o disco de platina do
CD da JMJ Rio 2013; em seguida entreguei-lhe uma imagem do Cristo Redentor para
que o Santo Padre já entre no clima da sua estada em nossa cidade maravilhosa.
Levei também algumas cartas e alguns exemplares do jornal da Arquidiocese.
Evidentemente, foi um momento de graça extraordinária o nosso encontro com o
Santo Padre, quando eu pude relatar os trabalhos de preparação para a Jornada.
Mantive o Santo Padre informado de toda a alegria e expectativa muito positiva
dos jovens, não só do Brasil, mas como todos os inscritos, de sua presença em
nosso meio. Seja bem-vindo, Papa Francisco, aquele que vem em Nome do Senhor
para nos confirmar na Fé em Jesus Cristo!
Nesta semana iremos
celebrar a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Já é
tradicional em nossa Arquidiocese a procissão da unidade saindo da Igreja da
Candelária até a Catedral de São Sebastião. Pela manhã, na Igreja Santana
celebraremos a Santa Missa. Para esta solenidade quero convidar, de maneira
especial, todos os jovens além dos demais grupos, pastorais, movimentos,
serviços, irmandades, grupos de espiritualidades, consagrados, religiosos:
enfim todos nossos diocesanos para que possamos rezar nessa manifestação
pública diante do Santíssimo Sacramento pelo êxito da JMJ Rio 2013. Colocaremos
para do Senhor os nossos trabalhos e lutas para que os que estarão participando
de perto ou de longe tenham um verdadeiro encontro com Deus.
O significado de
Corpus Christi é oriundo do latim e significa “Corpo de Cristo”. Esta
solenidade, no Brasil comemorada sempre na quinta-feira depois da Festa da
Santíssima Trindade, tem por objetivo celebrar solenemente o mistério da
Eucaristia – o Sacramento do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo. Acontece sempre
em uma quinta-feira em alusão à Quinta-feira Santa, quando se deu a instituição
deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus apóstolos, Ele mandou
que celebrassem Sua lembrança comendo o pão e bebendo o vinho que se
transformariam em seu Corpo e em seu Sangue. "O que come a minha carne e
bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque
a minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida.
O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que
come deste pão viverá eternamente" (Jo 6, 55 - 59). Através da Santíssima
Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao nosso lado, e se faz alimento
para nos dar força para continuar. Jesus nos comunica seu amor e se entrega por
nós.
Corpus Christi
remonta ao século XI. A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica,
no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria sido inspirada para
que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. O Papa Urbano IV, em
1264, através da Bula "Transiturus de hoc mundo" estendeu a festa
para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e
os textos litúrgicos, que até hoje são usados durante a celebração. Compôs o
hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), também ainda hoje
usado e cantado nas liturgias do dia nos cinco continentes. A procissão com a
Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca,
contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.
A celebração de
Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo
Sacramento. A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em
busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com
maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo. A
Santíssima Eucaristia é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos de
Jesus por nós. É pela Eucaristia que tomamos parte na vida divina, nos unindo a
Jesus e, por Ele, ao Pai, no amor do Espírito Santo. Essa antecipação da vida
divina aqui na Terra mostra-nos claramente a vida que receberemos no Céu,
quando nos for apresentado, sem véus, o banquete da eternidade.
Na procissão de
Corpus Christi acompanhamos o Ressuscitado no seu caminho pelo mundo inteiro,
como dissemos. E, precisamente fazendo isto, respondemos também ao seu
mandamento: "Tomai e comei... Bebei todos" (Mt 26, 26s.). Comer este
pão é comunicar, é entrar em comunhão com a pessoa do Senhor vivo. Esta
comunhão, este ato de "comer", é realmente um encontro entre duas
pessoas, é deixar-se penetrar pela vida d'Aquele que é o Senhor, d'Aquele que é
o meu Criador e Redentor. A finalidade desta comunhão, deste comer, é a
assimilação da minha vida à sua, a minha transformação e conformação com Aquele
que é Amor vivo. Por isso, esta comunhão exige a adoração, requer a vontade de
seguir Cristo, de seguir Aquele que nos precede. Assim sendo, a adoração e a
procissão fazem parte de um único gesto de comunhão; respondem ao seu
mandamento: "Tomai e comei".
Uma dimensão da
Eucaristia é a de banquete. A Eucaristia nasceu na noite de Quinta-feira Santa,
no contexto da ceia pascal. Traz, por conseguinte, inscrito na sua estrutura o
sentido de sentar-se à mesa: "Tomai, comei... Tomou, em seguida, um cálice
e... entregou-lho dizendo: Bebei dele todos..." (cf. Mt 26,26.27). Este
aspecto exprime bem a relação de comunhão que Deus quer estabelecer conosco e
que nós mesmos devemos fazer crescer uns com os outros.
Irmãos, celebremos
com fé e esperança esta manifestação pública de Jesus Eucarístico pelas ruas do
Rio de Janeiro e coloquemo-nos como adoradores de Jesus Sacramentado para que a
nossa vida seja uma perene Eucaristia!
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